2008/12/27

Natal tempo de alegria...


“Desperta ó homem: por ti Deus se fez homem. Desperta tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. Por ti, repito, Deus se fez homem.
Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos o dia feliz, em que o grande e eterno Dia, procedente do grande e eterno Dia, veio inserir-se neste nosso dia temporal e tão breve…
Que maior graça de Deus podia brilhar sobre nós?
Procura o mérito, procura a justiça, procura a causa de tudo isto, e vê se encontras outra coisa que não seja a graça de Deus.”
Escolhi estas palavras de Santo Agostinho, do séc. V para iniciar o meu testemunho de fé no mistério de Natal que acabámos de celebrar.
É sempre assim quando Deus entra na nossa história, abre a janela da nossa alma para o que há-de vir e dá-nos a paixão do possível.
Deus volta-nos para o que há-de vir com o sentido da esperança.
Nós pertencemos a uma sociedade pós-moderna em que o que importa é o adorno, a moldura e não a profundidade ou o conteúdo; em que já não há pensamento crítico; ele prefere, neste mundo conflituoso ser espectador e não protagonista, observador e não participante, público e não actor.
O nosso planeta está ferido de desigualdades e violências, mas nós podemos fazer germinar a justiça e a paz.
Estes encontros fraternos, em que partilhamos a alegria da vida, são o tempo propício do recomeço sempre possível, seja qual for a nossa idade e a nossa situação. Carregamos baterias e ficamos com mais certeza de que não estamos diante de uma tragédia cujo fim é desastroso. Estamos dentro de uma crise social, religiosa, económica, que nos purificará mas que nos fará ser melhores, com mais consciência do que somos capazes e do quanto dependemos uns dos outros.
Gosto sempre de evocar S. Francisco de Assis nesta quadra natalícia, pois a ele devemos a representação do presépio e porque no seu sentir poético nos oferece a beleza das criaturas e da vida.
“A vida é chamada à vida. Nascidos do pó das estrelas, o senhor do Universo criou-nos para brilharmos e cantarmos a beleza, a majestade e a grandeza da Criação que é o espaço do Espírito e o templo da Santíssima Trindade.”
Renovo os votos de Boas Festas extensivos a todos os nossos amigos bloguistas. E que o novo ano de 2009 seja abençoado em Paz, Saúde e Amor, com o necessário para o dia-a-dia. Mas se Deus nos quiser prendar com um bocadinho de sobras, não levamos a mal.

1 comentário:

C.M. disse...

Querida Irmã: hoje detive-me, de novo, neste seu texto, e desejo apenas, singelamente, deixar aqui o meu obrigado pela beleza do mesmo, crítico sem dúvida para com esta sociedade alienada, mas pleno de esperança, e esperança n'Aquele que, de facto, nos pode dar a necessária serenidade para enfrentarmos as dificuldades e agruras colocadas no nosso caminho pelos homens de "má-vontade": "ele" há aí hoje tantos!

Bom Ano!