2007/10/21

Passados 90 anos...

O Santuário de Fátima continua a ser o 'altar do mundo' onde milhares de pessoas se reunem para louvar a Nossa Senhora do Rosário e participar no Mistério da presença se seu Filho em cada Eucaristia celebrada no altar do grande recinto.

Hoje, participámos pela graça de Deus, na dedicação de um novo Templo, a Igreja da Santíssima Trindade, neste santuário bendito, momento sem igual no encerramento das comemorações do 90º aniversário das aparições de Nossa Senhora de Fátima.

Passados 9o anos, Joaquim Queirós escreve assim:

«Fátima é cada vez mais um local de meditação, de recolhimento. Ali, o ser humano, mesmo não rezando, mesmo não ajoelhando, é obrigado a ficar mudo e subjugado por algo de silencioso que conduz um sinal que alivia a cruz de muitos que ali vão. Há um milagre constante, o milagre de olharmos para dentro de nós, o que é extremamente difícil de fazer. Mas em Fátima, todos o fazem. Mesmo os que o negam ter feito».
«Ideias . com» associa-se a este acontecimento com alegria e profunda acção de graças a Deus pelas maravilhas que Ele vai realizando em favor da Humanidade. E, coloca à disposição dos seus amigos este espaço de partilha.

2007/10/14

O SINAL DA VIRGEM

O P. Formigão escrevia em 1937 :

Corria o ano de 1917.
Era em princípios de Outubro.
No dia 13 do mês anterior, tinha eu ido pela primeira vez a Fátima, regressando de lá numa atitude mental de prudente reserva e de simples,posto que benévola, expectativa.

Num dos últimos dias desse mesmo mês, voltei à futura Lourdes Portuguesa, para interrogar os videntes e colher informações que me habilitassem a formar um juízo seguro sobre a natureza dos factos que se estavam a desenrolar naquele recanto da Serra de Aire.
As respostas das crianças, cuja sinceridade e cuja normalidade física e moral eram evidentes, tiveram o condão de dissipar no meu espírito todas as prevenções.

Alguns dias depois, já em Outubro, de novo me encontrava em Fátima a fim de levar mais longe as minhas investigações em assunto de tanta monta.
No dia 13, às 10 horas da manhã, dirijo-me de Montelo para a residência paroquial, fazendo a pé o percurso que é apenas de dois quilómetros e meio.
O largo que circunda a Igreja e onde se cruzam as três estradas que partem de Torres Novas, Vila Nova de Ourém e Leiria, regorgitava de pessoas vindas de todos os pontos do país e pertencentes a diversas classes e condições sociais.
No presbitério viam-se numerosos sacerdotes a quem o pároco aconselhava a que não fossem naquele dia ao local das aparições.


Uma nobre senhora muito admirada por eu me encontrar ali, convida-me a ocupar um lugar vago na sua caminheta. Aceitei o oferecimento e segui para a Cova da Iria.
A chuva que caía sem interrupção desde as 10 horas da manhã, tornou-se torrencial. O céu estava completamente nublado.Eram quase 13 horas oficiais. O local das aparições havia-se convertido, num vasto oceano de cabeças humanas, em número por ventura superior a setenta mil.

Como eu, outras pessoas que se encontravam na estrada distinguiam perfeitamente com um binóculo, e mesmo à vista desarmada, no local das aparições, por cima da azinheira sagrada, uma grande núvem, que envolvia por completo aquele lugar.
De repente, Lúcia, a protagonista das aparições, solta um brado intimando todos os circunstantes a fechar os chapéus de chuva.
As crianças contemplam em êxtase a sublime e radiosa Visão. Rezado o terço e terminada o colóquio da Lúcia com a Senhora que lhe declara ser a Senhora do Rosário,verifica-se o sinal celeste anunciado pela Virgem e predito pela vidente. O sol, como escreveu no "Século" o enviado especial daquele diário, Avelino de Almeida,tremeu, o sol teve nunca vistos movimentos bruscos fora de todas as leis cósmicas, o sol, no dizer do povo, «bailou».
A multidão que olhava estupefacta para o alto cai de joelhos, reza, chora e clama.
A multidão debanda na mais perfeita ordem.Os crentes rejubilam, fortalecidos na sua fé e afervorados na sua piedade. Muitos pecadores convertem-se e começam vida nova.Os ímpios e os incrédulos calam-se, fulminados pelo facto assombroso e irrecusável de que tinham sido testemunhas e que não sabiam explicar.

Principia então o ciclo interminável das peregrinações...

Hoje, passados 90 anos, «ideias. com» alegra-se e testemunha a sua admiração pela belíssima peregrinação deste Outubro de 2007 que foi repleta de outros e grandes sinais.